FALTAM 6 MESES PARA O SÃO MATEUS!
Publicada por Elvascidade | | Posted On quarta-feira, 21 de março de 2012
Origens do S. Mateus ou Feira de Elvas
Segundo os investigadores, a Feira de São Mateus remonta ao século XVI pois terá começado a funcionar entre 1525 e 1574. Cerca de duzentos anos mais tarde, veio associar-se-lhe uma peregrinação que se começou a fazer, a partir de 1737, no sítio onde, para assinalar um milagre, se construiu o santuário do Senhor Jesus da Piedade. Tanto a feira como a romaria ganharam grande importância entre as gentes do Alto Alentejo, tanto mais que a sua realização, coincidindo com o equinócio do Outono, marcava o período em que se dava por encerrado um ano agrícola e se começavam a tomar as disposições para o arranque do ano agrícola que se ia seguir. Alguns lavradores faziam do São Mateus a data de começo e fim dos seus contratos.
As pessoas, em grande parte as que estavam mais ligadas ao trabalho nos campos – aproveitando a romaria pela devoção, e a Feira de São Mateus por ser local de trocas muito necessárias às actividades agrícolas –, deslocavam-se a Elvas para aí permanecerem durante os dias que durava o evento. Os transportes eram, nesses tempos, difíceis e lentos. Em volta do terreno da feira, formavam-se grandes acampamentos de gente vinda de quase todas as terras desta região.
A Feira de São Mateus em Elvas e a Romaria ao Senhor da Piedade tiveram o seu período de maior esplendor entre meados do século XIX e meados do Século XX. No livro – O Senhor Jesus da Piedade de Elvas – publicado em 1965, o elvense Eurico Gama, retratou o ambiente que noutros tempos se vivia pelo São Mateus , na Feira de Elvas:
Noite fora vai chegando gente dos mais variados locais. Vêm de Campo Maior e de Vila Boim, da Terrugem e de Santa Eulália, de Varche e de São Vicente, de Barbacena e de Vila Fernando. Sobre um talude que domina o Parque da Piedade, onde se efectua a feira, vão-se agrupando os carros, roda contra roda, varais ao alto, as bestas desaparelhadas e presas atrás, tasquinhando a erva. Os canudos das coberturas dos “churriões”, os tejadilhos planos das carrinhas, formam pequenas casas a que não faltam garridas cortinas de chita ou “cretone” formando portas graciosas. Para fora saem as cadeiras de fundo de buínho, os fogareiros de ferro, os tachos de barro, o farnel.
Nédias galinhas ainda vivas, atam-se às rodas dos carros, na mira de engordarem um pouco mais à custa de punhados de cevada que, guardadas ainda estão para matança do último jantar. Na frigideira de ferro estanhado fritam-se os bocados de coelho – o cocho frito – como lhe chamam, e um odor a um tempero esquisito e a saborosa banha de porco exala-se no ar. (…)
Faltam 6 meses para o São Mateus e parece que o vamos ter igual aos últimos anos.
O que vocês querem sei eu:
1 - Expulsar a Confraria da Gestão do Parque da Piedade;
2 - Entregar o Parque da Piedade à Câmara de Elvas;
3 - Calcetar o Parque da Piedade e impedir o tradicional feirante de tenda, martelo e escopro de aí vender;
4 - Fazer um parque industrial na Piedade com umas "naves"(pavilhões)
que não vai respeitar nem sequer a proximidade do Lago, igreja, Jardim da Fé e Mata da Piedade!
Ocupem-se mas é dos vossos assuntos e deixem a Confraria e o Parque da Piedade em Paz.
O Parque da Piedade é graciosa e gentilmente cedido 365 dias por ano à população de Elvas, mas não é terreno público.
JÁ OCUPARAM QUE CHEGASSE, DEIXEM O PATRIMÓNIO ALHEIO EM PAZ!
Faltam seis meses para o São Mateus de 2012.
E falta um ano e meio para o São Mateus de 2013.
E faltam dois anos e meio para o São Mateus de 2014.
E faltam três anos e meio para o São Mateus de 2015.
E faltam quatro anos e meio para o São Mateus de 2016.
E faltam cinco anos e meio para o São Mateus de 2017.
E podem ter uma certeza: em 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, o São Mateus vai ser igualzinho.
Mas qual é o problema do S. Mateus? A mim não me parece nenhum. Vejo sempre muitas pessoas, os feirantes vendem quase tudo. O que interessa mudá-lo? Quem tem de mudar, é o comércio local, no S. Mateus tem de fechar portas e ir para o recinto de feira vender. Vejam as feiras por este país fora e vejam que está tudo na mesma. Hoje em dia as feiras é para os jovens beberem, comerem andarem nas diversões e para as pessoas com mais idades iram para o Barracão da CME e assistirem aos espectáculos. Não se esqueçam que hoje já não é como era antigamente, que as pessoas confraternizavam durante a feira. Hoje é divertimento e gasto. Para o comércio de Elvas é tentar negociar com a Confraria e criar-se um espaço para estes comerciantes estarem feira que é o que muitos fazes. Conheço alguns feirantes que tem lojas fixas e só se deslocam para feiras grandes. Acho que era o que os comerciantes de Elvas deveriam fazer.
Estão a ver?...
Eu não digo?...
Nem tudo na mesma; não mexam em nada.
Amén.
Neste ano, a procissão dos Pendões é à quinta-feira.
Como é que uma pessoa, com "trabalho árduo" na Assembleia da República, pode vir à abertura das festas?
Mas isso da procissão ser à quinta, tem a ver com a tradição do dia 20. Não vamos andar a mudar a tradição com 200 ou mais anos não? Meta um dia de férias e assista que é o que eu faço.
Eu adoro o S. Mateus, adoro Elvas! É a minha cidade, foi nela que nasci e embora não viva actualmente nela é com enorme prazer que digo que adoro a cidade mais linda de Portugal, e o S. Mateus faz parte da tradição desta bela cidade, e muda-la seria triste e indigno tal como fizeram com a maternidade que tantos Elvenses viu nascer, inclusive a mim à 28(quase 29) anos.Obrigado Elvas por me veres nascer.