Delegada de Saúde Pública de Elvas, Maria João Gerardo, alerta que a "maioria" das fontes públicas da cidade tem água "imprópria" para o consumo, situação que o município confirma e que costuma acontecer no Verão.

"A maioria das fontes apresenta água imprópria. Temos 19 fontes ou mais, das quais só cinco podem ser utilizadas", frisou a delegada de Saúde de Elvas.
Segundo Maria João Gerardo, esta situação deve-se ao "elevado número de bactérias" presentes na água, encontrando-se as fontes impróprias para consumo devidamente sinalizadas pelo município.

Contudo, a população "nem sempre respeita a interdição", reconhece, alertando para as consequências que o consumo dessa água pode implicar para a saúde. "Pode causar problemas gastrointestinais, diarreias, vómitos e febre", enumerou.

No concelho de Elvas, as análises bacteriológicas são realizadas pelo laboratório de Saúde Pública do distrito de Portalegre, enquanto que o laboratório municipal efectua as análises químicas, com a periodicidade de oito a dez dias.

João Vintém, vereador no município de Elvas, disse hoje à Lusa que, no concelho, existem três freguesias rurais onde a qualidade da água nas fontes também apresenta problemas.
"Em Vila Boim (quatro fontes impróprias), Santa Eulália (uma) e Barbacena (uma)", disse o vereador, confirmando que, "no perímetro urbano" da sede de concelho, "praticamente todas as fontes estão impróprias".

O autarca explicou que a situação se deve à "elevada presença de nitratos que surgem devido às infiltrações e contaminação dos aquíferos", lembrando que se trata de um problema recorrente no Verão.

A solução passaria por tratar as nascentes, mas, devido à época de Verão, estas "estão em baixo e não existe essa possibilidade", disse João Vintém.

As fontes são muito antigas e tradicionais, sendo já pouco utilizadas pelos habitantes, realçou ainda o vereador, apelando, ainda assim, à população para consumir água da rede pública: "Essa sabemos que está em boas condições".

Fonte: Lusa