A EUROCIDADE ... O IKEA ... O TGV.

Publicada por Elvascidade | | Posted On terça-feira, 13 de janeiro de 2009


Incapaz de atrair grandes investimentos que gerem riqueza na cidade, Elvas vive do comércio tradicional, da agricultura e da restauração. E olha para o lado, onde vê a vizinha Badajoz tornar-se uma metrópole cada vez mais importante na Estremadura espanhola.

Euro cidade ou euro região?
As fronteiras há muito que foram abolidas entre Portugal e Espanha e, também por isso, há muito que os cidadãos de Elvas e Badajoz estão em movimento constante entre os dois países. É a pensar nisso que o presidente da Câmara de Elvas sugere o aparecimento “de uma euro cidade”, com “projectos conjuntos e serviços que sirvam de forma simultânea aos dois países”. O autarca defende que tal conceito permitiria às duas cidades “lutar por um estatuto de prestações de serviços menos exigente que o actual” e refere “a saúde e a educação”, como exemplos de bons serviços espanhóis que poderiam beneficiar Elvas.Miguel Celdrán, porém, prefere o conceito de euro região, com nove cidades dos dois lados da fronteira, que “ acolhe Elvas e Badajoz”. Explica que poderão surgir investimentos confinados “apenas a Elvas e Badajoz, mais apoiados pelas restantes cidades” da euro região. Afirma que as questões da saúde e da educação são susceptíveis de serem alteradas, porque não são “competência da Câmara”, mas sim do Estado e da Junta de Estremadura. Por fim, o presidente da Câmara de Badajoz, que faz questão de realçar as boas relações e amizade com Rondão Almeida, avança que os estatutos da euro região “já estão a ser redigidos”, “em conformidade com os outros presidentes” e “foram aceites por todos”, inclusive pela Câmara de Elvas.

Disputa pelo IKEA
O gigante sueco IKEA está a estudar a região fronteiriça para ali instalar uma grande superfície, aproveitando o fluxo de pessoas que o TGV vai gerar. Regra geral, as empresas que se instalam na regiam “fogem” de Elvas e procuram o lado espanhol, mais desenvolvido e com melhores condições. Rondão Almeida, porém, garante que “há rumores de que o IKEA está a estudar a região, não propriamente Badajoz”.E deixa antever a possibilidade da empresa sueca se instalar no lado português, ao afirmar que “Elvas tem condições para os receber [IKEA] e, caso queiram, a autarquia e os elvenses estão de braços abertos”.Do outro lado da fronteira, Miguel Celdrán assume que a ideia da empresa é “instalar-se em Badajoz”, algo que “já confirmou” à autarquia. Como a superfície vai ter mais que dois mil metros quadrados, ditam as leias espanholas que a empresa, além da autorização da Câmara de Badajoz, precisa da autorização da Junta da Estremadura. E o alcaide avança mesmo que “o IKEA falou com a Junta e esta já deu autorização”.

Estação do TGV
A estação do TGV, em plena zona fronteiriça do Caia, vai permitir que as cidades cresçam em direcção uma a outra. O que pode significar que, dentro de uns anos, Elvas e Badajoz poderão não ter terrenos desertos a caminho da fronteira. Rondão Almeida mostra vontade de fazer crescer a cidade a caminho de Badajoz e da futura estação do TGV, através da grande plataforma logística que vai nascer na zona e que permitirá “atrair investidores” para aqueles terrenos.As duas cidades ficariam, então, quase que a parecer uma só. Miguel Celdrán vê a ligação com bons olhos, mas constata que Badajoz “já cresceu tudo para a fronteira, não pode ir mais além” porque nesse caso “entra em solo português”. O autarca de Badajoz afirma que, pelo contrário “Elvas cresceu sempre para Lisboa”, algo que não sabe “se foi melhor” para a cidade alentejana.Para terminar, avança que a cidade espanholas “aproveitou coisas como a auto-estrada” e construiu “imensas superfícies comerciais e afins na fronteira”, enquanto que Elvas se virou em direcção a Lisboa e “deixou pólos importantes esquecidos, como o Caia”, onde vai agora ficar a afamada estação do TGV.


"in Diário Económico"


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